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5ºCongresso Internacional ANEFAC discute novos desafios enfrentados pelos negócios em 2024

Será que a sua organização está pronta para enfrentar os desafios que têm surgido nos últimos anos, como segurança digital, mudanças climáticas e gestão de pessoas de diferentes gerações, quando falamos em um mundo em constante mudança? Para discutir este tema, em junho, realizamos a 5ª edição do Congreso Internacional ANEFAC, que abordou justamente o tema: “Nuevos riesgos y desafíos: ¿cómo prepararse?”.

Recebidos por David Kallas, presidente nacional da ANEFAC, painelistas, mediadores e público puderam discutir os novos riscos que as empresas têm enfrentado e como é possível se preparar para estes desafios.

O mundo mudou

Para isso, o evento foi dividido em três momentos: uma palestra sobre “Gestão de talentos em tempos de mudança: Desenvolvendo competências para o futuro”; um painel sobre “Transformação digital e cibersegurança: Estratégias para proteger os ativos empresariais” e um segundo painel que tratou dos “Principais Riscos 2024 – Adaptação às mudanças climáticas, impactos financeiros e tecnológicos. Como definir estratégias de mitigação?”.

Vivemos em um mundo globalizado, onde as distâncias entre diferentes países e regiões se tornaram menores, com cada vez mais pessoas buscando experiências em outros países – seja de forma presencial ou online. Este é um dos desafios abordados na palestra sobre gestão de talentos, ministrada por Ricardo Ribas, diretor geral para Colômbia e Região Andina e membro do conselho na Hays, e mediada por Emerson Dias, chefe de Capital Humano da ANEFAC.

“Não dá para negar que o mercado de trabalho que vemos hoje é bem diferente daquele que conhecemos no início das nossas carreiras. O mundo tem mudado e novos desafios têm surgido. As economias têm se fortalecido, o ambiente digital evoluiu e hoje podemos contratar pessoas de diferentes países. Mas ainda enfrentamos alguns problemas antigos, como a escassez de habilidades específicas”, pontuou Ribas.

Ao mesmo tempo, as demandas dos empregados por melhores salários, melhores benefícios e princípios que lhes são caros extrapolam os limites do LinkedIn, sendo um fator decisivo quando falamos sobre retenção e atração de talentos.

Não podemos deixar de fora o peso da chegada da Inteligência Artificial ao mercado, que já tem mudado a forma como várias companhias trabalham, com diversas vantagens para o negócio. Isso fica claro quando olhamos para uma pesquisa recente da Hays que, ao perguntar aos entrevistados quais são os principais fatores nos quais eles acreditam que a IA irá impactar as suas vidas, três pontos foram destacados:

  • Aumento da eficiência,
  • Ajuda na criatividade e geração de ideias, e
  • Redução de riscos humanos.

Porém, este ainda é um caminho a ser desenvolvido, uma vez que a mesma pesquisa aponta que apenas uma a cada três empresas faz uso de Inteligência Artificial em seu dia a dia.

Como isso afeta o mercado de trabalho

Um dado que chama a atenção na pesquisa é que 6 em cada 10 pessoas pensam em pedir demissão em 2024. Ainda que este número seja menor do que o analisado nos anos anteriores (em 2022 eram 9 de cada 10 e em 2023 7 de cada 10), este ainda é um fator a ser considerado pelas empresas. E os motivos são claros: as pessoas se sentes desconectadas com as empresas nas quais atuam.

E há dados que demonstram isso: 55% dos entrevistados se sentem desmotivados, 46% estão esgotados com o excesso de trabalho, enquanto 57% estão estressados.

Os principais causadores desta falta de motivação, de acordo com as informações trazidas por Ribas, são:

  • Salário,
  • Falta de benefícios,
  • Bem-estar, e
  • Líder direto.

“O mundo e o mercado buscam pessoas com inteligência emocional, que hoje é a habilidade principal procurada por 8 em cada 10 executivos, além de outras habilidades, como capacidade de trabalhar em grupo, o domínio de outros idiomas e empatia com as diferenças culturais em uma comunidade global e, não menos importante, a necessidade de entender como atrair e cativar clientes”, destacou o palestrante.

Robotização e análise de dados

Que a tecnologia é um fator que não pode ser ignorado quando pensamos em novos desafios do mercado, todos sabemos. Mas como a robótica e a automação se encaixam nisso pode não ser algo tão claro para diversos setores.

Por isso, falando sobre “Transformação digital e cibersegurança: Estratégias para proteger os ativos empresariais”, tivemos Manuel Rodriguez Lopez, Gerente de Cobros y Pagos en ABANCA e Ronaldo Martins, fundador e CEO do escritório Ronaldo Martins e Advogados, economista e especialista em Contabilidade, mediados por Vivian Krebs, diretora internacional da ANEFAC.

Não há dúvidas de que a robotização conquistou um grande espaço no mercado, especialmente quando falamos sobre indústrias, mas ainda há muito mais a ser desenvolvido, especialmente quando olhamos para os índices que apontam as diferenças entre o desempenho humano e o robótico, abordados por Manuel Rodriguez Lopez em sua apresentação.

“Os custos de um robô são bem menores do que os demandamos por uma mão de obra humana. Quando olhamos para o indicador de produtividade, vemos que um robô é 4 a 5 vezes mais produtivo do que um empregado, com disponibilidade de 6.720 horas contra 1.229 horas de um humano e custa 1.8 euros, enquanto o custo da mão de obra convencional é de 32.7 euros”, enfatizou o executivo.

Manuel também defende que robotização ainda traz alguns benefícios para a companhia, como a possibilidade de interpretar resultados, identificando de forma precoce fatores que podem levar ao fracasso da operação, e ajudar em processos de tomada de decisão para evitar situações que podem levar a um colapso financeiro.

Crimes cibernéticos

Um tipo de crime comum a todos os países, ainda que cada local tenha sua própria legislação sobre o tema, é o sequestro de dados, que a cada dia faz novas vítimas, com sistemas invadidos e dificuldade na recuperação das informações obtidas pelos criminosos.

“As organizações precisam adotar medidas proativas para a proteção dos seus ativos digitais e mitigar os riscos. Isso envolve pessoas, controles, sistemas e, sem esse cuidado, a organização fica vulnerável a este tipo de ataque. Os setores mais atingidos no Brasil são saúde, serviços públicos e de infraestrutura. Este sequestro de dados gera um curto alto do ponto de vista financeiro, mas também do reputacional”, alertou Ronaldo Martins em sua apresentação.

Mas como evitar ser a mais recente vítima deste tipo de crime? É preciso adotar estratégias de segurança cibernética. As principais delas são:

  • Políticas de segurança integradas,
  • Investimento em capacitação e conscientização dos trabalhadores,
  • Redundância para a recuperação dos dados,
  • Atualização constante dos sistemas,
  • Monitoramento proativo, e
  • Colaboração externa.

Transição energética e o mercado do petróleo

As mudanças no clima estão aí de forma indubitável até para os mais céticos. Porém, o questionamento que o mercado se faz em tempos de alterações tão drásticas é como definir estratégias de mitigação para esta questão? E este foi o tema do segundo painel do 5º Congresso Internacional ANEFAC.

Para tratar do tema, contamos com a mediação de Marta Pelucio, membro do conselho de administração da ANEFAC, além da participação de Angel Garcia-Lascurain, sócio-diretor na AMCG, presidente do Conselho Consultivo Nacional do IMEF, vice-presidente Nacional de COPARMEX, e de Guillermo Quintanilla, engenheiro de Petróleo com mestrado em ciências com ênfase em reservatórios de petróleo.

Focando no setor energético, Guillermo Quintanilla relembrou que o mundo já passou por transições em décadas anteriores, com a era do carvão, a era do óleo (petróleo) e o momento que estamos vivendo agora, em busca de novas soluções mais sustentáveis.

“A indústria do petróleo tem trabalhado formas de descarbonização da energia. A primeira delas é a captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS), seguida de: métodos de recuperação melhorada de petróleo (EOR) mais sustentável, energias renováveis nas operações (solar, eólica e biocombustíveis), hidrogênio verde, e, por fim, a eficiência operacional.”

O especialista enfatizou que a demanda por combustíveis fósseis tem mudado, assim como os anseios do mercado, o que impacta neste interesse e compromisso da indústria em adotar um enfoque ESG e carbono zero.

Integrando sustentabilidade com a gestão estratégica da empresa

Em sua explanação, Angel apontou que todas as empresas estão sujeitas às mudanças no mundo e temos visto muitas delas fazendo essas transições paulatinamente.

“As empresas que desejam se transformar e serem bem-sucedidas nesta transição precisam ter alguns elementos: compreensão do potencial do seu entorno para maximizar seus resultados; consciências da sua capacidade operacional; e possibilidade de planejar e executar segundo as suas necessidades”, explicou o executivo.

Durante o painel, Angel Garcia-Lascurain defendeu ainda que toda estratégia precisa ser desenvolvida seguindo uma série de passos, que vão desde a identificação de temas de impacto dentro da companhia, passando pelas ações que precisam ser colocadas em prática, até a compilação destes resultados estratégicos.

“É fundamental o comprometimento da alta direção para que toda mudança deste tipo seja feita de forma eficiente, assim como a integração em todos os processos de tomada de decisão. Porém, não há dúvida de que, com os procedimentos corretos as organizações podem ter sucesso na integração de práticas mais sustentáveis em sua estratégia”.

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