A primeira edição do Prêmio ANEFAC de Boas Práticas ESG reconheceu empresas que se destacaram por suas iniciativas em sustentabilidade e governança corporativa. Um dos principais destaques foi a demonstração de um forte comprometimento com a agenda ESG, integrada às estratégias de negócio e impulsionada por inovação e busca constante por impacto positivo. O prêmio reforça a crescente importância da transparência e da responsabilidade socioambiental no setor privado brasileiro. Abaixo, confira as entrevistas e cases das empresas premiadas, que exemplificam as melhores práticas em ESG:
Suzano tem uma estratégia que coloca a sustentabilidade no centro do negócio
A Suzano demonstra profundo comprometimento em continuar sua jornada de evolução em sustentabilidade. “Para nós, isso significa não apenas manter, mas ampliar nossos esforços, buscando inovações e oportunidades com impacto ainda maior. Enxergamos essa evolução como um trabalho coletivo, fundamentalmente impulsionado por colaboradores, parceiros e comunidade. Com gratidão, reiteramos nosso desejo de aprender, melhorar e colaborar, buscando sempre transformar desafios em oportunidades”, explica Marina Negrisoli, diretora de sustentabilidade.
Ser reconhecida com o Prêmio ANEFAC de Boas Práticas ESG, logo no primeiro ano, é uma grande honra. Este prêmio valida a estratégia de colocar a sustentabilidade no centro do negócio e reforça o compromisso com práticas que beneficiam a sociedade e o meio ambiente. “Agradecemos à ANEFAC pelo reconhecimento e pela oportunidade de compartilhar iniciativas e apoiar um movimento coletivo por mais transparência e sustentabilidade”, afirma.
Complementando, Negrisoli ressalta que receber esse prêmio e o reconhecimento do estágio Transformador é motivo de orgulho e responsabilidade. “Acreditamos que nossa estratégia de sustentabilidade, focada na aplicação dos mais altos padrões globais em nossas operações e em nossas metas de longo prazo — Compromissos para Renovar a Vida —, desempenhou um papel importante nessa avaliação.”
As metas da empresa abordam questões globais como biodiversidade, mudanças climáticas e combate à pobreza, refletindo as ambições da Suzano e de sua rede de parceiros. Negrisoli destaca também a estrutura de governança corporativa e os esforços contínuos para promover engajamento e transparência em toda a cadeia de valor. “Cada elemento está alinhado com nossa visão de um futuro mais justo e equitativo. Estamos contentes em constatar que nossas práticas impactam positivamente nossa organização e geram valor e transformações significativas na comunidade”.
Irani reforça transparência e compromisso com práticas ESG em relatórios financeiros e contábeis
O ESG faz parte da estratégia e do negócio da Irani. A companhia conta com processos e iniciativas avançadas para a gestão responsável dos recursos naturais e a minimização dos impactos ambientais de suas operações. Além disso, assumimos compromissos públicos, os quais temos a meta de atingir até 2030.
Nos próximos seis anos, a empresa se propõe a zerar os acidentes de trabalho com afastamento, ter 40% de mulheres no quadro de colaboradores e 50% de mulheres em cargos de liderança, reduzir em 30% o uso específico de água por tonelada produzida, ser autossuficiente em geração de energia renovável (compromisso até 2025), zerar o envio de resíduos para aterros e aumentar em 20% o saldo positivo entre emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE).
Alinhado à agenda global da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável, Odivan Cargnin, diretor de Administração, Finanças e Relações com Investidores da Irani, diz que as metas estão incluídas na estratégia da companhia e desafiando a empresa e os colaboradores a buscarem soluções inovadoras para os negócios e a otimização dos processos operacionais. “O objetivo é garantir a sustentabilidade e a promoção da economia circular, com ênfase na responsabilidade social e valorização da segurança, diversidade e inclusão.”
Neste contexto, ele pontua que ser certificada pelo Prêmio ANEFAC de Boas Práticas é uma grande conquista para a Irani Papel e Embalagem, principalmente porque reforça o compromisso com um tema extremamente relevante para a companhia, que integra o core do nosso negócio. “Além disso, esse reconhecimento fortalece a reputação da empresa no setor e demonstra sua dedicação à transparência e à sustentabilidade – no sentido amplo da palavra, uma vez que o prêmio avalia a comunicação da empresa sobre seus riscos relacionados a práticas ESG e a transparência de seus relatórios, além da incorporação dos parâmetros ESG relacionados a mudanças climáticas e às demonstrações financeiras e contábeis.”
Em termos de futuro, ao buscar evolução nas metas ESG, a Irani foca em diversas frentes para impulsionar seu compromisso com práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. Entre elas: a redução das emissões de carbono, com ampliação do uso de energia renovável e eficiência energética; a ampliação da reciclagem para minimizar os impactos ambientais; a preservação das áreas florestais; a ampliação da atuação nas comunidades do entorno das unidades; e o fortalecimento das boas práticas de governança corporativa, reforçando ainda mais a transparência e a responsabilidade junto aos nossos stakeholders.
Processos e ações de ESG na Sanasa são sempre guiados pela adoção das melhores práticas
O saneamento é um setor desafiador, no qual levar água de qualidade à população significa também promover saúde, bem-estar e qualidade de vida. A Sanasa passou por uma transformação no pós-pandemia, com a implementação de um plano de investimento de R$ 1 bilhão, o Campinas 2030, para garantir a segurança hídrica da cidade. Esse plano também visa ampliar o sistema de esgotamento sanitário de Campinas para as próximas décadas, com a modernização de estações de tratamento de esgoto e conversão de outras ETEs em estações produtoras de água de reuso. Segundo Manuelito Magalhães Júnior, presidente da Sanasa, essa transformação inclui ainda o foco no cliente, que determinou uma atuação mais ágil nos serviços de manutenção, o lançamento do aplicativo da Sanasa, entre outras iniciativas.
Neste contexto, ele avalia que receber a certificação como finalista do Prêmio ANEFAC de Boas Práticas ESG é um marco importante para a Sanasa, pois reforça nosso compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. “Esse reconhecimento nos motiva a continuar fortalecendo nossas práticas de ESG, demonstrando nosso alinhamento com padrões internacionais e nosso comprometimento em agregar valor a todas as nossas partes interessadas.”
Na questão de “segurança hídrica”, o Plano Campinas 2030 trocou, entre 2021 e 2024, 450 km de redes de água antigas por novas em polietileno de alta densidade, material com 50 anos de durabilidade. A mesma quantidade foi substituída de 1994, quando teve início o Programa de Redução de Perdas, até 2020, ou seja, em 27 anos. A troca de redes evitou a retirada de 638 bilhões de litros de água dos rios que abastecem Campinas, entre os anos de 1994 e 2023, garantindo a vitalidade das bacias. Também tornou as redes mais modernas e eficientes, pois reduz o número de manutenções. Foram construídos 20 novos reservatórios, aumentando a capacidade de armazenamento de água potável em 54 milhões de litros, passando de 142 para 196 milhões de litros, volume suficiente para atender a cidade em caso de falta de energia elétrica que comprometa a captação ou de desastre ambiental que contamine o rio de onde a água é captada.
Esse investimento de R$ 1 bilhão levou Campinas ao topo do ranking do Instituto Trata Brasil entre as cidades com mais de 500 mil habitantes. A cidade universalizou o saneamento 10 anos antes do previsto pelo Novo Marco Regulatório (2033). Hoje, Campinas é atendida com 99,8% de água tratada e 94% de esgoto tratado. “Todas essas ações levaram a empresa a ser mais transparente no relacionamento com a comunidade e esse compromisso se manifestou nos demonstrativos financeiros que registram além do obrigatório”, diz Magalhães Júnior.
Nos próximos anos, Campinas vai consolidar a sua independência hídrica com a construção de um novo sistema produtor, o Campinas-Jaguari, que será formado por uma unidade de captação de água bruta na represa de Pedreira para retirar 2 mil litros de água por segundo; uma estação elevatória de água bruta para bombear 2 mil litros por segundo; uma adutora de água bruta com 7 km de extensão e 1 metro de diâmetro; e uma estação de tratamento de água com capacidade para tratar 2 mil litros por segundo. O sistema terá ainda uma subadutora de água tratada com 16 km de extensão e 1 metro de diâmetro que será interligada ao macrossistema de abastecimento da cidade.
Universalizado o esgoto, a Sanasa tem como meta investir na limpeza de córregos da cidade, eliminando descartes irregulares e atuando com a máxima agilidade na implantação de redes de esgoto em núcleos urbanos informais.
“Nossa meta é seguir aperfeiçoando nossos processos e ações de ESG, sempre guiados pela adoção das melhores práticas. Para isso, mantemos como visão ser uma empresa de excelência, comprometida com a transparência e a ética, utilizando a vanguarda tecnológica e o desenvolvimento sustentável como pilares de nossa evolução. Alinhados aos padrões do ISSB, nosso objetivo é consolidar ainda mais a Sanasa como referência no setor de saneamento e como modelo de responsabilidade socioambiental, contribuindo efetivamente para o avanço sustentável e o bem-estar das gerações futuras”, finaliza Magalhães Júnior.
Sanepar integra os conceitos ESG no dia a dia em todos os seus processos e atividades
A Sanepar acompanha as tendências regulatórias globais para enfrentar os desafios da nova realidade climática. Participar de discussões e conhecer práticas bem-sucedidas nos permite evoluir e inovar.
Para o próximo ciclo de planejamento, o Comitê espera fortalecer a integração com outros Comitês de Assessoramento (Riscos, Diversidade, Inovação, Investimentos etc.), apoiar iniciativas e adesões a compromissos externos ESG (Pacto Global, ISE B3, CDP etc.) e avançar nos esforços para consolidar um plano de comunicação interna e externa da agenda ESG. Tudo isso de forma transparente e alinhada aos frameworks internacionais de reporte (ISSB, TCFD, TNFD, IFRS, IIRC, GRI, SASB etc.).
De acordo com Julio Gonchorosky, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, todos os programas e práticas descritos demonstram como a empresa integra os conceitos ESG no dia a dia, em todos os seus processos e atividades, com ética e rigor na observância da legislação, para cuidar das pessoas e preservar o meio ambiente. “Nossa agenda ESG está em constante atualização, incorporando novos requisitos de frameworks e alinhando-se às melhores práticas de mercado e sustentabilidade. Merecem destaque nossa adesão a iniciativas correlatas, ações de mitigação alinhadas a conceitos de inovação, eficiência energética e economia circular, nossos programas ambientais e de responsabilidade social, e ações voltadas ao ODS 6”.
Segundo ele, embora o Prêmio ANEFAC de Boas Práticas ESG seja novo, a ANEFAC é uma associação nacional e internacionalmente reconhecida, com mais de 50 anos de história. “Sermos reconhecidos por essa instituição pelas nossas boas práticas em ESG valida os esforços da companhia em se manter na vanguarda desse tema”.