Nos últimos anos, as organizações vêm passando por uma transformação rápida e irreversível impulsionada pela tecnologia. Nesse cenário, a controladoria ocupa um papel estratégico, atuando não apenas na gestão das informações, mas também na condução de processos que envolvem inovação, cultura e gestão de pessoas. Para liderar essa transformação de forma humanizada, é fundamental equilibrar o uso de soluções digitais com a atenção às necessidades humanas, promovendo um ambiente de confiança, colaboração e desenvolvimento contínuo.
Segundo, Tereza Souza, Controller Corporativo do Grupo Aste, “a controladoria tem um papel essencial na digitalização das empresas. Ao utilizar ferramentas como ERP, BI e inteligência artificial, consegue organizar, automatizar e garantir a qualidade das informações. Isso fortalece a governança, aumenta a eficiência e fornece dados confiáveis para a tomada de decisões. Com esse apoio, a controladoria se torna uma parceira estratégica e operacional, contribuindo para que as organizações sejam mais bem gerenciadas e transmitam maior confiança ao mercado.”
Ela reforça que a tecnologia, por si só, não é suficiente, e que “a digitalização deve acontecer com foco nas pessoas, atuando em conjunto com as equipes, oferecendo treinamentos e adotando uma liderança próxima, baseada na escuta ativa e na valorização dos profissionais.”
Souza destaca ainda as práticas de liderança humanizada que promovem inovação e uso de novas tecnologias. “Liderar com empatia é o primeiro passo”, ela afirma, “é importante ouvir a equipe, entender suas dúvidas e envolvê-la no processo de mudanças tecnológicas. Criar um ambiente seguro para testar ideias e valorizar quem compartilha conhecimentos, faz com que a inovação aconteça naturalmente.”
Para ela, também é fundamental mostrar como o trabalho da controladoria contribui para os resultados da empresa. “Quando os dados são apresentados de forma clara e com significado, as equipes se conectam mais com os objetivos. O trabalho conjunto com outras áreas, a liderança ética e a transparência fortalecem a confiança e criam um ambiente mais inovador e colaborativo.”
Outro ponto relevante destacado por Souza é o impacto da digitalização na comunicação entre áreas. “A digitalização pode tornar a comunicação mais simples e eficiente. infográficos e indicadores fáceis de entender, a controladoria consegue apresentar os dados de forma clara para todos os setores, mesmo para quem não é da área financeira. Isso evita ruídos e melhora o alinhamento entre equipes”.
Ferramentas digitais como plataformas integradas, canais de chat e sistemas de feedback facilitam o diálogo, tornando a troca de informações mais ágil e transparente, criando um ambiente mais colaborativo. Para Souza “quando a comunicação é feita com linguagem acessível e empática, acompanhada de explicações e espaço para trocas, o relacionamento melhora. A rastreabilidade dos processos também reforça a confiança nos dados e cria um ambiente mais transparente e colaborativo”.
Ela reforça, ainda, a importância de equilibrar tecnologia com as necessidades humanas. “Antes de adotar novas soluções, a controladoria precisa entender o quanto a empresa está pronta, tanto do ponto de vista técnico quanto cultural. A transformação digital deve seguir o ritmo da organização, respeitando seus valores e processos.”
Souza indica que essa mudança deve ser acompanhada de testes e nas decisões, assim como manter os rituais da empresa com uma nova roupagem digital e reconhecer os avanços do time são atitudes que ajudam a equilibrar tecnologia com humanidade. “Treinamentos acessíveis e apoio entre colegas também fortalecem esse equilíbrio.”
Por fim, a líder destaca estratégias para uma transformação digital mais próxima e engajadora. “A liderança deve dar o exemplo, usando as novas ferramentas, participando dos processos e mantendo um diálogo constante com as equipes. Destacar habilidades como comunicação, senso crítico e visão holística, além de criar espaços de escuta e incluir os colaboradores nas decisões, aumenta o senso de pertencimento e reduz resistências.”
Souza também recomenda oferecer capacitação contínua, promover mentorias internas e reconhecer publicamente os avanços do time, para que a tecnologia seja vista não apenas como uma ferramenta, mas como uma facilitadora de uma cultura organizacional mais humanizada.
Assim, a controladoria deixa de ser apenas uma área de suporte e se torna uma parceira estratégica na construção de organizações mais humanas, inovadoras e confiantes, capazes de integrar tecnologia com o valor essencial do capital humano.
