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Gestão humanizada: Pessoas no centro dos negócios 

Em uma equipe de um setor importante de uma determinada empresa, a escalada de erros e a queda na colaboração acenderam o sinal de alerta. Preocupada com a situação que enfrentava, a gerente da área, passou a refletir sobre quais ações poderiam transformar aquele cenário. O primeiro pensamento que veio a sua mente foi aumentar os controles das rotinas e a cobrança de resultados. Mas, em vez de agir impulsivamente, optou por realizar check-ins (reuniões rápidas) semanais focando na comunicação entre as pessoas, alinhando as prioridades e propondo ações de bem-estar, além do planejamento de janelas sem reuniões para trabalho de foco, e um espaço de conversa segura para sinalizar sobrecarga.  

As regras de convivência e os compromissos do time foram cocriados e comunicados de forma transparente. Em poucas semanas, os indicadores começaram a mostrar melhora: a qualidade se estabilizou, o retrabalho foi reduzido significativamente e o engajamento da equipe voltou a crescer de forma consistente. O caso ilustra a busca genuína por uma liderança humanizada: um ambiente onde decisões preservam a saúde do time e, ao mesmo tempo, sustentam resultados. 

Liderança humanizada é uma abordagem de gestão que coloca as pessoas no centro do processo decisório, conectando a performance sustentável a relações de confiança e segurança psicológica. Não se confunde com paternalismo: trata-se de estabelecer metas claras, oferecer autonomia com responsabilidade, dar feedbacks frequentes e justos. Além de agir com coerência entre discurso e prática. Essa forma de liderança também pressupõe transparência nos critérios de decisão, equidade nas oportunidades e abertura para aprender com os erros. Ao garantir voz ativa e senso de pertencimento, a organização fortalece indicadores como retenção e qualidade, sem recorrer a pressões de curto prazo que comprometem o clima. O foco deixa de ser apenas extrair desempenho para se tornar cultivar desempenho. 

No ambiente corporativo, há exemplos estruturados dessa agenda. Aqui no Grupo Fleury, reunimos um portfólio de iniciativas voltadas ao cuidado integral: o Programa Acolher, com foco na saúde mental dos colaboradores; o Programa Amor de Família, dedicado ao acompanhamento das gestantes e ao apoio da composição familiar; o Programa Em.Frente, orientado à prevenção e ao combate às violências; e os Programas de Saúde e Bem-Estar, que promovem a gestão de saúde por meio de atividades físicas e ações integradoras. Em conjunto, esses Programas sinalizam prioridades claras, convertem valores em práticas do dia a dia e reforçam a confiança entre pessoas e liderança — um caminho consistente para manter as pessoas no centro. 

Empatia e escuta ativa são competências essenciais nesse contexto: líderes que perguntam para compreender, validam emoções e integram diferentes perspectivas criam terreno para o feedback honesto e a resolução de conflitos. A confiança se constrói com práticas consistentes e previsíveis — conversas individuais regulares, acordos de convivência, critérios objetivos de priorização, espaços seguros de fala sem retaliação e reconhecimento distribuído com integridade.  

Já as ações de bem-estar e saúde mental precisam ir além de campanhas pontuais.  Isso envolve uma gestão responsável da pressão por prazos e resultados, a criação de momentos para conversas significativas com a equipe, a flexibilidade do modelo de trabalho quando possível, a capacitação de líderes para identificar sinais de esgotamento e o acesso facilitado ao apoio psicológico.  

Quando as pessoas se sentem ouvidas e cuidadas, aumentam a criatividade, a qualidade e a resiliência organizacional. Para transformar essa intenção em rotina, é preciso refletir escolhas na agenda, nos rituais e nos incentivos: devemos dedicar tempo para aquilo que consideramos importante, NOSSAS PESSOAS. 

Artigo escrito por Afrânio R. Haag, head de Pessoas e Cultura no Grupo Fleury S.A. 

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