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Gestão humanizada: Pessoas no centro dos negócios 

O mundo corporativo passou por transformações profundas. A tecnologia, a globalização e as novas formas de trabalho – híbrido, remoto e flexível – colocaram gestores diante de um desafio crucial: como conciliar resultados com uma gestão verdadeiramente humanizada? A resposta exige coragem, consistência e mudança cultural: colocar as pessoas no centro dos negócios. Com mais de 25 anos em relações trabalhistas, gestão de pessoas e direito do trabalho, aprendi que nenhuma estratégia se sustenta sem respeito, engajamento e propósito compartilhado. 

O movimento ESG trouxe à pauta a responsabilidade social das empresas, e é justamente no “S” que reside o coração da gestão humanizada. Na Croma Recursos Humanos acreditamos que cuidar de pessoas vai além de políticas bem desenhadas; trata-se de criar ambientes inclusivos, diversos e colaborativos. Pesquisas da McKinsey (2020) mostram que empresas com maior diversidade de gênero e raça têm até 35% mais chances de superar concorrentes em lucratividade. E a Gallup (2023) aponta que equipes engajadas geram 23% mais lucratividade, resultado de práticas como feedback frequente, escuta ativa e ciclos curtos de avaliação. Organizações que aplicam essas iniciativas têm observado maior retenção de talentos e produtividade, comprovando que gestão humanizada é estratégia e não apenas discurso. 

Também é preciso compreender a convivência entre diferentes gerações. Baby Boomers, Geração X, Millennials e Z compartilham valores distintos, mas podem aprender uns com os outros. Programas de mentoria reversa, nos quais jovens transmitem conhecimentos digitais a líderes mais experientes, têm se mostrado eficazes. Essa interação gera não apenas ganhos técnicos, mas fortalece a cultura de colaboração. Na Croma incentivamos essas iniciativas porque acreditamos que a diversidade geracional, quando bem administrada, é um diferencial competitivo que amplia a capacidade de inovação e fortalece vínculos de confiança. 

A gestão humanizada também significa reconhecer individualidades. No Brasil, apenas 4,7% das pessoas com deficiência estão no mercado formal de trabalho (IBGE, 2022), e a equidade de gênero ainda avança lentamente. O Fórum Econômico Mundial (2022) estima que serão necessários 132 anos para eliminar a lacuna global. Empresas que implementam metas de diversidade, políticas afirmativas e acompanhamento transparente têm conseguido acelerar essa transformação, demonstrando que resultados sociais e econômicos caminham lado a lado. 

A legislação trabalhista também cumpre papel relevante nesse cenário. A NR 1 estabelece a obrigatoriedade de promover condições seguras e a preservação da saúde física e mental dos trabalhadores. Mais do que norma, deve ser encarada como oportunidade para fortalecer a gestão humanizada. A OMS (2022) revelou que a pandemia elevou em 25% os casos de ansiedade e depressão no mundo, tornando a saúde mental prioridade absoluta. Empresas que investem em programas estruturados de apoio psicológico, canais de escuta e treinamento de lideranças para lidar com vulnerabilidades relatam benefícios claros, como redução do absenteísmo e maior engajamento. Estudo da Harvard Business Review (2021) mostrou que companhias que oferecem apoio efetivo em saúde mental registram aumento de 21% no engajamento e até 30% de redução no absenteísmo. 

A gestão humanizada não é tendência passageira, ela se mostra como o futuro da gestão. Mais do que tecnologia ou processos, são as pessoas que movem os negócios. Quando elas são colocadas no centro, a inovação acontece, a produtividade cresce e a sustentabilidade se consolida. A mudança de postura do RH, de executor de rotinas para agente estratégico centrado em proximidade, desenvolvimento e escuta, é uma das transformações mais relevantes que presenciamos. Na Croma Recursos Humanos acreditamos que práticas de mercado devem ser adaptadas à realidade de cada cliente, mas sempre guiadas por um princípio inegociável: respeitar, valorizar e desenvolver pessoas. Humanizar é gerar valor – para o negócio, para a sociedade e, acima de tudo, para cada ser humano. 

Artigo escrito por Camilo Alfeu Zanette, advogado, pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, MBA em Administração e Marketing e diretor Executivo da Croma Recursos Humanos. 

Referências 

  • Gallup. State of the Global Workplace: 2023 Report. Gallup, 2023. 
  • IBGE. Pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2022. 
  • McKinsey & Company. Diversity Wins: How Inclusion Matters. McKinsey, 2020. 
  • World Economic Forum. Global Gender Gap Report 2022. WEF, 2022. 
  • Organização Mundial da Saúde (OMS). World Mental Health Report: Transforming Mental Health for All. OMS, 2022. 
  • Harvard Business Review. Mental Health at Work: The Business Costs and Solutions. HBR, 2021. 

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