Nos últimos anos, a incorporação de práticas sustentáveis e o fortalecimento da governança corporativa se tornaram pilares essenciais para a reputação e a competitividade das empresas brasileiras. Entre elas, destaque para a Neoenergia. Segundo Eduardo Capelastegui, CEO, o topo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 é reflexo de uma estratégia forte de Sustentabilidade Corporativa, robusta, integrada e continuamente aprimorada, que reflete o compromisso da companhia com a criação de valor sustentável, a transparência e a responsabilidade corporativa, afirma.
Ele explica que possuem “uma empresa controladora, a Iberdrola, uma das líderes globais em energia limpa, que serve como referência na adoção das melhores práticas ESG internacionais.” A empresa conta com um sistema de governança e sustentabilidade que busca garantir que suas decisões estejam em linha com princípios éticos e de responsabilidade socioambiental.
Além disso, Capelastegui aponta ainda que “um dos fatores essenciais para obter bons resultados nos índices é o engajamento da alta liderança.” Nesse contexto, a Neoenergia conta com um Comitê de Sustentabilidade vinculado ao Conselho de Administração, responsável por garantir que as práticas de sustentabilidade estejam incorporadas à estratégia da companhia. “Quando os executivos e conselheiros estão comprometidos com a sustentabilidade, as decisões estratégicas passam a considerar os impactos sociais e ambientais, além dos resultados financeiros.”
A estrutura de governança permite que recursos e esforços estejam alinhados aos objetivos de sustentabilidade, eletrificação, descarbonização, inclusão social e uso eficiente de recursos naturais. “Estes temas são percebidos como alavancas de competitividade e geração de valor,” reforça ele, ressaltando que “uma liderança engajada inspira todos os níveis da empresa.”
Capelastegui pontua também a atuação da Superintendência de Sustentabilidade Corporativa, responsável por articular políticas, metas e indicadores, promovendo processos padronizados, monitoramento de desempenho e melhorias contínuas. Entre suas atribuições estão temas como responsabilidade social, inclusão, ações climáticas, biodiversidade e gestão de indicadores não financeiros. “Nosso sistema de dados não financeiros é robusto e confiável, permitindo rastreabilidade, auditoria e aprovação por diretores”.
Essa ferramenta garante o acompanhamento de indicadores de impacto e contribui para avanços relevantes, como a conquista de nota A no CDP em Mudanças Climáticas, que teve impacto direto na melhora do desempenho no índice ISE.
Como parte da estratégia de negócios e da sustentabilidade corporativa da Neoenergia, aprovadas pelo Conselho de Administração, existem 30 metas de sustentabilidade mensuráveis, materiais para o negócio e ambiciosas para 2025 e 2030, com foco em temas materiais, identificados junto aos grupos de interesse: ambientais, sociais, de governança e finanças sustentáveis. Bem como a remuneração variável dos executivos ligada a indicadores ESG. “Todas essas metas são monitoradas por indicadores, divulgadas em relatórios auditados e comunicadas às partes interessadas,” afirma ele.
Em uma empresa do porte da Neoenergia, com cerca de 16 mil colaboradores distribuídos em diversas áreas de negócio e unidades operacionais, a identificação de lacunas em práticas ESG e a criação de planos de melhoria contínua são uma necessidade. A complexidade organizacional e a diversidade de processos exigem uma abordagem estruturada e colaborativa para garantir que os avanços em sustentabilidade sejam consistentes e integrados. Para superar esse desafio, Capelastegui diz que “foi essencial sensibilizar as áreas de negócio sobre a relevância estratégica dos temas ESG, mostrando como esses aspectos impactam diretamente a reputação da empresa, o acesso a capital, a competitividade e o cumprimento de obrigações regulatórias e de mercado.”
Esse processo de sensibilização envolveu capacitações, comunicação clara dos objetivos e benefícios, e o envolvimento direto da alta liderança e liderança intermediária na construção dos planos de ação. Ou seja, ela atuou como patrocinadora das mudanças, reforçando a importância da agenda ESG como parte do negócio e não como uma iniciativa isolada.
Com os planos de ação definidos, a empresa implementou um acompanhamento sistemático das iniciativas de melhoria contínua, utilizando sistemas de gestão como o Sygris, que permite ajustar estratégias, promover a responsabilização e garantir o desempenho sustentável. Esse acompanhamento possibilita ajustes em tempo real, promove a responsabilização das áreas envolvidas e assegura que os compromissos assumidos sejam efetivamente cumpridos, contribuindo para o desempenho consistente da Neoenergia em índices como o ISE B3. Além disso, por meio de uma plataforma que apoia a eficácia do sistema de gestão, várias áreas de negócio e equipes corporativas monitoram os relacionamentos com os grupos de interesse, buscando potencializar oportunidades e gerenciar riscos.
Reporte de dados não financeiros é elemento criticamente importante
Capelastegui afirma que o reporte consistente de dados não financeiros proporciona transparência, credibilidade e suporte à tomada de decisão da alta liderança, além de garantir agilidade na resposta a riscos e oportunidades.
Sendo pioneira, destaque para o Relatório de Sustentabilidade da Neoenergia, divulgado desde 2004, que segue normas internacionais e divulga o desempenho da empresa em aspectos ambientais, sociais, econômicos e de governança. Esse relatório é elaborado de acordo com padrões internacionais como GRI, SASB e TCFD. Desde 2021, a empresa também publica o Relatório Integrado, que combina informações financeiras e não financeiras, oferecendo uma visão mais completa de suas operações e impactos, facilitando a compreensão dos stakeholders, além de passar por verificação externa.
Desde 2017, a Neoenergia mantém o inventário de emissões de GEE, reconhecido com o Selo Ouro do GHG Protocol, que quantifica as emissões de gases de efeito estufa de todas as operações da companhia, elaborado conforme a Norma NBR-ISO 14064-1:2018 e as diretrizes do Programa Brasileiro do GHG Protocol.
Capelastegui reforça que a presença em índices e o atendimento às regulações relacionadas à sustentabilidade são essenciais para a Neoenergia, pois garantem transparência, responsabilidade e sustentabilidade de suas operações, além de fortalecerem a confiança de investidores e da sociedade em geral.
Ao longo dos últimos anos, a Neoenergia consolidou sua posição com avanços constantes, refletidos na melhora significativa de seus indicadores e resultados. Entre eles, destaca-se a colocação na segunda posição na carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em 2024/2025, sendo que a empresa conquista esse índice há cinco anos, com melhorias nos temas de mudanças climáticas, integridade, diversidade e inovação. Além do reconhecimento pelo CDP, a Neoenergia obteve o score A no caderno CDP Clima referente a 2024, considerando que pouquíssimas empresas brasileiras atingem esse nível de maturidade e transparência na gestão da ação climática. A companhia também integra o seleto grupo de empresas da A List e aparece na Carbon Clean 200, iniciativa da Corporate Knights e As You Sow, permanecendo entre as três empresas mais bem colocadas do Brasil e do setor elétrico mundial.
A Neoenergia também está presente em índices de destaque internacional e nacional, demonstrando seu compromisso com temas de responsabilidade social e sustentabilidade. Entre eles, estão o Índice I.Diversa, que avalia a representatividade de mulheres, negros e indígenas na força de trabalho e na governança corporativa, e o ICO2, que reúne empresas com gestão eficiente de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, a companhia participa, pelo quinto ano consecutivo, do FTSE4Good, avaliado pela FTSE Russell, divisão da Bolsa de Valores de Londres, e do ranking internacional The Sustainability Yearbook, da S&P Global, fortalecendo sua presença e credibilidade no mercado global de investimentos sustentáveis.
Ela reforça que “a preparação para os novos padrões internacionais de reporte, como IFRS S1 e S2, emitidos pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), e os ESRS (European Sustainability Reporting Standards), desenvolvidos pela União Europeia no contexto da CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive), é fundamental para fortalecer a comparabilidade, ampliar o acesso aos mercados globais e consolidar a sustentabilidade como parte do propósito estratégico da companhia. Nossa estratégia inclui revisão de indicadores, capacitação de equipes e uma análise aprofundada do impacto financeiro de temas materiais.”
Capelastegui ressalta ainda que “a gestão ESG eficiente depende de ações concretas que envolvem governança alinhada, atualização tecnológica e uma cultura de melhorias contínuas.” Ele lista ações necessárias para a evolução ligada ao ESG:
• Definição de metas claras e ligadas ao nosso negócio: estabelecer objetivos específicos e mensuráveis que estejam diretamente alinhados com a estratégia corporativa e as necessidades do mercado (metas ESG citadas nos itens anteriores).
• Participação ativa da alta liderança: garantir o engajamento e o comprometimento dos líderes da empresa, promovendo uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade em todos os níveis hierárquicos (conforme mencionado na estratégia e envolvimento da alta liderança apresentados nos itens anteriores).
• Monitoramento em tempo real dos indicadores ESG: utilizar plataformas de gestão e ferramentas de análise para acompanhar continuamente o desempenho dos indicadores ESG, permitindo ajustes rápidos e precisos.
• Correção de desvios com agilidade: implementar processos de revisão e correção que permitam identificar e resolver rapidamente quaisquer desvios em relação às metas estabelecidas (conforme mencionado no Plano de Ação para Melhoria Contínua indicado nos itens anteriores).
• Trabalho multidisciplinar: assegurar que todas as áreas da empresa estejam cientes de suas responsabilidades e comprometidas com o cumprimento das metas ESG.
• Cumprimento efetivo dos compromissos assumidos: garantir que todos os compromissos de sustentabilidade sejam cumpridos de forma eficaz, com transparência e responsabilidade.
Por fim, ele enfatiza que a compreensão e aplicação dos critérios de reporte e sustentabilidade não apenas fortalecem a credibilidade da Neoenergia, mas também consolidam uma cultura organizacional orientada à responsabilidade, inovação e resiliência. Essas ações são fundamentais para fortalecer a transparência, a comparabilidade e o acesso aos mercados globais, além de consolidar a sustentabilidade como parte do propósito estratégico da empresa. Entre essas ações, destacam-se:
• Estabelecer uma governança com o envolvimento da alta liderança: assegurar o alinhamento estratégico, a priorização de recursos e a integração dos requisitos às práticas corporativas. Além disso, fortalece a credibilidade do processo e facilita a gestão de riscos e a transparência nas decisões.
• Atualização dos sistemas internos: aprimorar e adaptar os sistemas de gestão e reporte para garantir conformidade com os novos padrões, como IFRS S1/S2 e o padrão europeu ESRS.
• Treinamentos específicos: capacitar as equipes para compreenderem e aplicarem os novos critérios, garantindo que todos os colaboradores estejam alinhados com as melhores práticas de sustentabilidade.
• Integração de dados financeiros e não financeiros: assegurar que esses dados sejam coletados, analisados e reportados de forma integrada, proporcionando uma visão holística do desempenho da empresa.
• Engajamento multissetorial: colaborar com diversos stakeholders, incluindo governo, sociedade civil e setor privado, para promover práticas sustentáveis e inovadoras.
• Padronização de metodologias de coleta e reporte: estabelecer metodologias consistentes para garantir a comparabilidade e a confiabilidade das informações.
