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Gente que lidera gente: a força da liderança humanizada em tempos digitais 

Por que empatia, escuta e confiança se tornaram diferenciais estratégicos no mundo corporativo 

Vivemos uma era de transformação digital acelerada. Plataformas, automações, dados em tempo real e inteligência artificial mudaram – e continuam mudando – a forma como trabalhamos, nos comunicamos e tomamos decisões. Mas, nesse avanço tecnológico, uma pergunta se impõe com urgência: como manter a humanidade no centro das relações de trabalho? 
 
A resposta passa, necessariamente, por um novo modelo de liderança: mais empático, mais escutativo e mais humano. A chamada liderança humanizada não é uma tendência passageira. É uma competência essencial para quem deseja liderar pessoas de forma eficaz, sustentável e alinhada aos desafios do presente. 
 
Hoje, liderar exige mais do que definir metas ou acompanhar indicadores. Exige a capacidade de construir relações de confiança, estimular a autonomia, acolher a diversidade e cuidar da saúde emocional das equipes – mesmo (e especialmente) em ambientes cada vez mais digitais e distribuídos. 
 
Com o crescimento do trabalho remoto e híbrido, o distanciamento físico tornou inevitável o uso intensivo de tecnologias para manter a comunicação e a produtividade. No entanto, essa intermediação digital pode gerar efeitos colaterais: sensação de isolamento, dificuldade de pertencimento, ruídos de comunicação e sobrecarga emocional. O papel do líder, nesse cenário, é tornar-se um elo de conexão genuína – alguém que ouve, acolhe, inspira e orienta com empatia e clareza. 
 
Mais do que nunca, confiar se tornou uma peça-chave. Líderes humanizados não atuam como fiscalizadores, mas como facilitadores. Criam ambientes psicologicamente seguros, promovem a autonomia responsável e reconhecem que a motivação nasce do propósito e do reconhecimento – não da pressão. 
 
Outro aspecto relevante é a escuta ativa. Em um mundo de mensagens instantâneas e múltiplas notificações, escutar de verdade virou um diferencial. A liderança humanizada valoriza o tempo de ouvir, compreender e dialogar – o que contribui não apenas para resolver conflitos, mas para fortalecer vínculos e antecipar riscos invisíveis. 
 
Além disso, liderar com humanidade é também liderar com intencionalidade ética e inclusiva. Equipes estão mais diversas, tanto cultural quanto geracionalmente. O líder precisa ser capaz de criar um ambiente onde todos se sintam respeitados e incluídos, independentemente de suas origens, estilos ou trajetórias. Isso exige sensibilidade, repertório emocional e capacidade de adaptação – qualidades cada vez mais valorizadas em cargos de liderança. 
 
Falo sobre isso não apenas como uma observadora, mas como alguém que vive essa realidade. Como Head de Contabilidade do Grupo Guararapes (Lojas Riachuelo), lidero uma equipe que lida com alta complexidade técnica e prazos desafiadores. E o que percebo, todos os dias, é que os melhores resultados vêm de pessoas que se sentem vistas, valorizadas e respeitadas. Promover um ambiente baseado em confiança, escuta e desenvolvimento humano tem sido um pilar do meu estilo de liderança – e um diferencial importante para a performance do time. 
 
Importante destacar que humanizar não significa abrir mão de performance. Pelo contrário: há uma forte correlação entre bem-estar organizacional e alta performance. Organizações com lideranças mais humanas tendem a registrar maior engajamento, retenção de talentos, inovação e capacidade de resposta às mudanças. Ou seja, pessoas bem cuidadas geram resultados melhores. 
 
Liderar com humanidade, portanto, não é apenas um gesto de empatia – é uma estratégia de liderança contemporânea. Em tempos digitais, onde tudo evolui com velocidade e complexidade, manter a essência humana se tornou um diferencial competitivo. 
 
Porque, no fim do dia, ainda são as pessoas que movem as organizações. E liderar é, antes de tudo, cuidar disso. 
 

Artigo escrito por Ana Barra, que é Head de Contabilidade do Grupo Guararapes (Lojas Riachuelo).  

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