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Metaverso abre múltiplos negócios no mercado financeiro 

Desde que a Meta e a Microsoft anunciaram que implementariam o metaverso, o assunto se tornou um dos mais comentados no mercado, não só no de tecnologia, mas em todos os setores. O metaverso é um novo mundo e trará um impacto enorme na sociedade e na forma como vivemos.  

No mercado financeiro, o metaverso oferece múltiplas possibilidades, como por exemplo, a criação de um novo canal capaz de promover a interação com os clientes mais digitalizados, principalmente os mais jovens. Além disso, pode ajudar a criar modelos de colaboração interna para entidades ou desenvolver escritórios virtuais. Bem como a possibilidade de criar espaços virtuais, que permitam aos bancos interagir com seus clientes para ampliar ou melhorar seus negócios e serviços, não passa despercebida pelas instituições financeiras. 

A criação de um universo digital demandará uma nova economia que opere dentro dele. Nesse sentido, tecnologias descentralizadas como o blockchain e, mais especificamente, os NFTs (tokens não fungíveis), bem como os criptoativos, têm se destacado na discussão sobre o metaverso e o mercado financeiro. Toda essa temática foi abordada no 1º Fórum ANEFAC Tec, realizado em julho, em São Paulo. 

Muitas instituições financeiras já perceberam o risco de ficar de fora desse novo ecossistema. Concorrentes digitais, como neobancos ou BigTechs, começam a oferecer experiências digitais a seus clientes. No caso das entidades bancárias, algumas já deram passos importantes. O banco norte-americano JP Morgan lançou seu próprio espaço no Decentraland e o Standard Chartered anunciou em maio de 2022 que estava desenvolvendo espaço próprio, também na Decentraland. 

Na visão de Thammy Marcato, diretora de Transformação Digital na ANEFAC e Transformation Architect na KPMG & Distrito Leap e que foi palestrante no evento, existem diversas formas de analisar o impacto do metaverso no mercado financeiro. Ela propõe uma visão sobre três perspectivas: 

• Expansão de mercado: com a criação de novos espaços de consumo, também há um aumento no fluxo de gastos e investimentos. O Citi projeta que o mataverso pode chegar a representar 13 trilhões de dólares em 2030. Parte desta projeção já considera novas demandas de crédito para criar, operacionalizar e sustentar estes novos espaços de consumo. 

• Economia de tokens: como os metaversos, na sua grande maioria das vezes, criam sua própria microeconomia a partir de tokens, sejam eles cripto, ou funcionalidades na própria web2, é natural que haja o surgimento de novas microeconomias que afetam a liquidez do mercado fiat regulado que conhecemos. Com isto, o mercado financeiro pode ser impactado por novas estratégias de hedge, alavancagem, reserva de valor ou até mesmo, circulação de moeda. 

• Intersecção TradFi, CeFi e DeFi: a tokenização a partir de blockchain tem desenvolvido os modelos de DeFi ou Decentralized Finance onde não há um agente centralizador que define as regras de participação dentro do sistema financeiro. Este movimento tem interagido com o sistema financeiro tradicional (TradFi), da mesma forma que tem permitido emergir o caminho do Centralized Finance (CeFI), onde é utilizada a infraestrutura de blockchain, entretanto ainda são utilizados mecanismos de governança para garantir certos compliances como KYC e AML. 

Desta forma, as empresas precisam avaliar a curva de tempo entre o hoje e o impacto destas mudanças em seus negócios. Na percepção de Marcato, isso a depender do setor e do público onde estão inseridas, esta preparação pode sair de “nice to have” para urgente. De qualquer maneira, é essencial começar a avaliar os benefícios de se integrar ao metaverso desde cedo, para ter uma estratégia robusta quando aplicável. 

Mas, para isso, é preciso analisar uma série de fatores, Marcato considera três como essenciais para uma análise inicial de ida para o metaverso: 

• Presença do público: a análise considerando a presença dos clientes dentro do metaverso é um dos fatores principais, dado que é uma temática nova que ainda possui uma curva de adoção distribuída em utilidades que ainda estão sendo desenvolvidas. 

• Clareza no objetivo: a compreensão da razão pela qual faz parte da estratégia esta inserção é outro fator primordial. Desde aplicações claras como comercialização de produtos, até a criação de laboratórios para aprendizado, neste momento, não é tão fácil identificar grandes movimentos, de baixo risco e alta geração de ROI, dada a ebulição da temática. Entretanto, a liderança precisa estar ciente desta natureza incerta e trilhar objetivos que tenham expectativas aderentes a situação atual. 

• Intersecção da tecnologia com o negócio: como o avanço da temática, o metaverso na sua plenitude, ainda está projetado para acontecer na próxima década. Entretanto, componentes para que ele aconteça já estão mais desenvolvidos, e devem ser considerados como elementos integrantes de estratégias no curto prazo. Alguns exemplos destes seriam: realidades imersivas, blockchain ou até mesmo AI. 

As possiblidades no metaverso são tão ilimitadas assim como nosso mundo, ou melhor, talvez até mais, visto que nesses universos podemos manipular até as leias da física da forma que conhecemos, nesse universo podemos fazer qualquer coisa ou criar qualquer coisa. Para Lilian Primo Albuquerque, vice-presidente de tecnologia na ANEFAC e CEO e Co-founder na Mobye Brasil e que foi apresentadora do evento, mas as questões que ficam em aberto são: será que o mundo virtual é mesmo melhor que o real? Assim como no “Second Life” será apenas uma bolha ou os mundos virtuais vieram para ficar? “O que sempre penso que devemos estar atentos é a evolução da tecnologia e também como as empresas estão se beneficiando dela”, finaliza. 

Outra palestrante no evento foi Vanessa Donnianni, CEO na Multifaces Comunicação. 

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