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Meeting Day da Transparência promove benchmarking visando evolução das demonstrações financeiras das empresas brasileiras  

Uma demonstração financeira é uma peça de comunicação da empresa destinada às partes interessadas. Nela são reportadas as ações, operações e estratégias do negócio. Ao longo dos anos, esse relatório vem evoluindo e assumindo cada vez mais lugar de destaque numa sociedade ávida por informação. Cumprindo seu papel com a Bandeira da Transparência, pelo 5º ano seguido, a ANEFAC realizou o Meeting Day da Transparência com empresas ganhadoras do Troféu Transparência 2022, no formato on-line no dia 16 de dezembro. A apresentação e mediação ficou a cargo de Marta Pelucio, presidente nacional da ANEFAC

No total três ganhadoras compartilharam informações preciosas e valiosas que podem ser utilizadas na construção das demonstrações financeiras de diversas empresas brasileiras, que deverão ser entregues até abril de 2023, referente ao exercício de 2022, promovendo assim um benchmarking importantíssimo ao mercado e, por consequência, o aprimoramento desses relatórios. Foram elas, Irani: Odivan Carlos Cargnin, diretor de administração, finanças e de relações com investidores; Engie: Paulo Negreiros, gerente de contabilidade; e Lojas Renner: Alexsandro de Lima Tavares, gerente sênior de contabilidade, que aparecem nas imagens da esquerda para a direita:

Como parte de sua estratégia de empresa ambientalmente correta, a Irani tem focado há mais de 16 anos em divulgar relatos de sustentabilidade que acompanham as tendências e atualizações metodológicas internacionais. Em 2021, publicou o seu 1º Relato Integrado ESG de acordo com a resolução CVM 14/2020 – ICPC 09. Segundo Cargnin, os temas de sustentabilidade têm uma interface muito grande com o core business e deveriam fazer parte da estratégia.

“Os relatórios nos ajudam a colocar ordem na casa com metas e indicadores que possam ser reportados. Adotamos o Relato Integrado como ferramenta de gestão. Atualmente, cada área tem uma meta ambiental, social e de governança vinculada a remuneração e outros indicadores. A demonstração financeira e o Relatório de Administração buscamos sempre torná-los mais objetivos. Estamos evoluindo nesse sentido. Além disso, fazemos uma conexão entre esses relatórios com o Relato Integrado, levando informação de um para o outro”, explicou Cargnin.

Para a Irani, os relatórios muito mais do reportar ajudam o negócio a estabelecer metas e estratégias que possibilitam a construção de relações de valor e de transformação da vida das pessoas, pois o investidor olha para dentro da companhia e o disclosure sobre pessoas e ambiente de trabalho são importantes para uma empresa que busca ser sustentável.

“Procuramos estabelecer um modelo de gestão com base em várias metodologias que acabam resultando nas demonstrações financeiras e demais relatórios, como o Relato Integrado, para assim fazer com que os investidores entendam a companhia de verdade. Outro ponto é a questão da comunicação técnica por meio desses relatórios, sendo importante a empresa ser avaliada corretamente pelo mercado”, pontuou Cargnin.

Já na Engie o desafio foi trazer informações nas demonstrações financeiras e Relatório de Administração mais concisas com foco na estratégia, que sejam úteis e tenham consistência para o mercado e os investidores. “O usuário precisa cruzar as informações apresentadas. Utilizamos muito o OCPC 07 com vistas de melhorar a comunicação. Temos um check list primário, mas consideramos as que são necessárias”, disse Negreiros.

De acordo com ele, outro desafio foi a consolidação e convergência das informações financeiras alinhadas às questões ESG. “Foi um trabalho de estruturar os processos e identificar a origem das informações para atender os prazos. O OCPC 09 foi importante neste quesito”, explicou.

Sobre os exemplos de iniciativas apreendidas, na Engie um bom ponto de partida são os modelos de demonstrações financeiras com base no check list de requerimento de divulgação dos CPCs que ajudou a empresa a ter uma divulgação mais consistente, sempre analisando o que é realmente importante. “Um grande destaque foi a nossa equipe, buscamos no mercado pessoas que tinham muito conhecimento técnico e, ao mesmo tempo, estivessem alinhadas com a cultura da empresa. E, por último, investimento em tecnologia para a solução de problemas. Além disso, voltamos ao back to the basics, aos conceitos básicos da administração, utilizando para isso, o tripé: pessoas, processos e tecnologia”, avaliou Negreiros.

Por fim, na Lojas Renner o primeiro aspecto foi a colaboração das pessoas na construção das demonstrações financeiras. “Fizemos fóruns internos, pois existem muitas informações que precisam ser lapidadas. Procuramos trocar informações e nos atualizar sobre tudo o que está acontecendo dentro da empresa e sobre as melhores práticas do mercado”, disse Tavares

Ele explicou que isso se traduz em uma riqueza muito grande. “Precisamos ser desafiados com a troca de informações com diferentes áreas da companhia, a fim de trazer conhecimento sobre o que é verdadeiro e relevante. Sobre o ambiente externo, estivemos com os times que atuam fora do país, o que sempre traz inspiração muito grande. Visamos a jornada do essencial, priorizar e dar mais foco, bem como pensamos em ter uma controladoria digital para trazer mais eficiência. Trouxemos várias ideias, mas esse pilar de equipes é uma peça central da engrenagem para as entregas”, pontuou. 

O segundo tópico, nas Lojas Renner, foi a procura pela inovação tecnológica com melhoria da solução que é utilizada para a entrega das demonstrações financeiras. Tavares explicou que eles fizeram um up grade, que trouxe ganho de otimização e velocidade nas cargas de dados, na automatização de quadros das DFs, melhorias nos tempos de consolidação, novas funcionalidades, mais opções de formulários de input de dados para os relatórios gerenciais dentro da ferramenta.

“Circulamos as informações internas antes e recebemos os comentários para ter uma informação adequada. Fica mais fácil de explicar um comportamento da companhia. Também implantamos uma tecnologia de controle de ativo mobilizado, que trouxe ganhos de acuracidade da posição patrimonial, agilizou a realização de inventário e das movimentações de equipamentos, bem como a redução de custos para a execução do inventário, e, por fim, a correta alocação de custos e sinergia com outros processos”, ressaltou Tavares.

Com relação ao Relatório de Administração, ele pontuou que a empresa tem trabalhado para trazer um apanhado geral de todas as estratégias, do desempenho, da gestão de pessoas, da performance, da governança de forma organizada e concisa, bem como integrada com os demais relatórios. “Temos uma sinergia com a área de RI. Compartilhamos informações em tempo hábil. A integração é a cereja do bolo para a entrega dos relatórios. Cada vez mais, isso vai ser o diferencial para trazer valor. Já olhando para o futuro, vemos a necessidade de adotar um framework ESG, onde o grande segredo será colocar dentro da rotina mensal as métricas e não apenas uma vez por ano trazendo uma divulgação de relatórios casada”, finalizou Tavares.

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