Ao longo de quase dez anos como CFO da Suzano, tive a oportunidade de presenciar e contribuir para o crescimento sustentável do setor de papel e celulose no Brasil. Nosso país adota um modelo de negócios baseado em plantios florestais em áreas previamente degradadas, ou seja, áreas que já sofreram impactos humanos, como uma estratégia para recuperação ambiental e uso sustentável do solo. Essa atividade é uma referência global para o Brasil.
Existem várias razões pelas quais esse modelo é adotado. Uma delas é o fato de o Brasil possuir extensas áreas de terra degradadas ou anteriormente desmatadas, muitas vezes devido à atividade agropecuária ou à exploração madeireira não sustentável. Em substituição a essas práticas, o plantio de florestas surge como uma oportunidade para restaurar a biodiversidade, melhorar a qualidade do solo e proteger os recursos hídricos.
Nesse contexto, o uso consciente e sustentável dos recursos naturais, juntamente com um ciclo de produção de longo prazo, é essencial para garantir a continuidade de nossos negócios. Isso está intimamente ligado aos aspectos ambientais, sociais e de governança, conhecidos como a agenda ESG. Contribuímos para a bioeconomia por meio das árvores de eucalipto que plantamos, desenvolvendo soluções e produtos que substituem materiais de origem fóssil, colaborando assim para uma economia de baixo carbono.
Nossa visão estratégica reconhece que o futuro dos negócios depende da capacidade de inovação e otimização do uso dos recursos disponíveis, a fim de nos mantermos competitivos em todas as etapas da cadeia produtiva. Direcionamos nossas ações com base em nossos “Compromissos para Renovar a Vida”, que são metas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e abrangem nossos esforços no desenvolvimento socioeconômico, na oferta de novos produtos de origem renovável e na agenda ambiental e de governança.
Nessa trajetória, o papel da liderança na execução da estratégia ESG é fundamental, especialmente para garantir o engajamento dos colaboradores. Desde 2020, toda a liderança da Suzano tem pelo menos uma meta vinculada à remuneração, o que alinha toda a empresa na busca pelos resultados e promove uma sinergia para avançar ainda mais na agenda socioambiental. Essa agenda é tão importante para nós que atualmente quase 40% da nossa dívida total está ligada a instrumentos ESG.
A estratégia que direciona as ações da Suzano segue uma tendência global de crescimento da conscientização sustentável. Segundo o relatório Global Sustainability Trends, da Euromonitor Internacional, 35% dos consumidores estão dispostos a reduzir suas emissões de carbono. Nesse contexto, a empresa está comprometida em ampliar sua ambição e acelerar sua jornada de descarbonização.
Todos os nossos esforços em direção à construção de um futuro sustentável são reconhecidos nacional e internacionalmente. Estamos entre as empresas do Brasil e do mundo mais bem avaliadas em diferentes índices e classificações que consideram critérios ambientais, sociais e de governança. No rating elaborado anualmente pelo CDP, uma organização internacional independente, a Suzano recebeu a nota A no critério de Segurança Hídrica, sendo classificada como líder em transparência corporativa e gestão hídrica.
Nos critérios de Mudanças Climáticas e Florestas, a empresa manteve a nota A-, um reconhecimento relevante e restrito às empresas que seguem as melhores práticas de mercado. Na trajetória de reconhecimentos, não podemos deixar de mencionar o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), um dos índices de sustentabilidade mais importantes do mundo, no qual a Suzano foi selecionada para integrar a carteira de Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets), da S&P Global.
Esses reconhecimentos reforçam nossa crença de que negócios e sustentabilidade devem caminhar juntos. Afinal, um mundo mais justo e sustentável é construído por meio de mudanças de atitudes que influenciam as pessoas e a sociedade. No entanto, essas mudanças só ocorrem quando há um propósito genuíno. Na Suzano, nosso propósito é “Renovar a Vida a Partir da Árvore”, e a partir dele acreditamos que fazemos parte da solução para muitos dos desafios enfrentados pelo mundo na agenda ESG. No entanto, é fundamental agir de forma colaborativa para construir um futuro melhor para esta e as próximas gerações.
Artigo escrito por Marcelo Bacci, diretor executivo de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano
