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Mulher: Qual legado você quer deixar? 

Não costumo colocar as pessoas em caixas, definindo grupos e comportamentos, pois entendo que cada pessoa é um ser incrível com suas escolhas e muito a oferecer e a transformar.  O que realmente acredito é na atitude de cada indivíduo, pois esse comportamento é o que realmente separa as pessoas e conecta com bons propósitos de vida.  No entanto, é fato que existe os menos favorecidos na história da humanidade e, para isso, precisamos de ações específicas para gerar oportunidades justas. 

Mulheres foram por séculos consideradas “seres inferiores”, representando apenas um papel de apoio a sociedade. No entanto, há várias mulheres que se destacaram no seu tempo, fizeram história e gostaria de mencionar algumas delas que considero inspiração – claro que sempre na justa medida dos seus atos: 

Joana d’Arc – camponesa francesa que em 1429 lutou vestida como homem na Guerra dos Cem Anos, liderou e orientou as tropas. Há muitas divergências no relato da sua história, mas é fato que foi fundamental, especialmente nas batalhas da França em Orleans e em Reims, e por isso, foi considerada a “Donzela de Orleans”. Foi entregue aos ingleses que queriam tirar a credibilidade da francesa para tornar a coroação de Carlos VII sem validade. Foi condenada na Santa Inquisição por heresia ou bruxaria e queimada viva em praça pública em 30 de maio de 1431 com estimados dezenove anos. Em 1920 foi canonizada e beatificada e hoje é considerada heroína e padroeira nacional da França. Dia 30 de maio é dia de Joana d’Arc. 

Coco Chanel ou Gabrielle Bonheur Chanel – era francesa e nasceu em 1883, filha de um comerciante de roupas e irmã mais velha de cinco irmãos. Após a morte de sua mãe, ela foi morar em um orfanato aos 12 anos. Saindo de lá, cantou e interpretou e acabou se relacionando por um ano com o aristocrata Balsan. Muitas oportunidades surgiram após este relacionamento e, através dele, conheceu o grande amor de sua vida, Capel. Ele era casado e morreu em 1919 em um acidente trágico de carro. A partir deste evento Chanel resolveu vender sua loja de chapéus e começou a fabricar roupas. Produziu as primeiras calças femininas e suas produções passaram a vestir as grandes atrizes de Hollywood. Seu estilo ditou e ainda dita a moda em todo o mundo. Coco Chanel era feminista, independente, optou por não casar e não ter filhos, pois sua carreira profissional era prioridade. Única estilista presente na lista das cem pessoas mais importantes da história do século XX da revista Time. 

Chiquinha Gonzaga – carioca, nasceu em 1847. Foi pianista, maestrina, compositora e considerada uma das maiores influências da música popular brasileira. Neta de uma escrava liberta foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Foi autora da marcha carnavalesca “Ó Abre Alas”, em 1899. Pertencia a aristocracia, mas não se sentia parte dela. Casou-se 2 vezes e teve 4 filhos, mas não se curvou a traições e nem renunciou a sua carreira em prol da carreira dos maridos, perdendo o convívio com 3 dos seus 4 filhos. Envolveu-se com a política, militando em prol da abolição da escravidão e pelo fim da monarquia. Foi professora de música e compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados. Um legado incrível! 

Oracilva Tereza Pagliarini (bisavó do meu filho Enrico) – Nascida em março de 1943 no município de Não Me Toque no RS. Casou-se aos 18 anos com Balduíno Paulo Paliarini que foi vereador do município de Campinas do Sul e Presidente do Sindicato Rural da região. Com ele teve 5 filhos, 4 vivos, e atuou ativamente nas causas da mulher, especialmente na Campanha das Camponesas onde lutou pela aposentadoria da mulher do campo. Ficou viúva com 55 anos e assumiu a plantação da família. Até hoje faz trabalhos comunitários, planta soja e plantio de inverno, como trigo, e negocia pessoalmente sua produção com cooperativas. Não atua em cargos políticos, mas é conselheira e influenciadora apoiando em iniciativas para captação de boas representantes femininas para ocupar cargos públicos e em ações para melhoria da qualidade de vida da comunidade onde vive. 

Com estes poucos e importantes exemplos de mulheres fortes, quero destacar que o que nos diferencia são a nossa atitude, a nossa ética e o nosso legado. Você tem a oportunidade de escolher o caminho que deseja seguir e, por mais difícil que possa ser, posso garantir, vale a pena a jornada em algo que você acredita. Tudo o que te move e te emociona chamamos atualmente de propósito de vida. 

Hoje tenho o meu propósito, demorei para defini-lo, mas trabalho todos os dias tentando ser melhor e com foco em deixar um legado para a sociedade de empreendedorismo e formação de pessoas, inspirando outras pessoas e oferecendo oportunidade para muita gente. 

Não é sobre ter 21 anos e abrir sua empresa, passar por assédio, ter que provar seu valor, buscar o reconhecimento, errar, acertar, e todas as coisas difíceis que os empresários passam. É sobre o que você acredita e o que você faz com tudo o que você passa e aprende nessa vida. 

Nesse dia da mulher de 2024, que tem sido especialmente desafiador, convido você que está lendo esse texto para algumas reflexões: 

1. O quanto você ajuda os outros no seu universo de vida, gerando oportunidades, sem medo de que o outro tenha mais sucesso que você?   

2. O quanto você está trabalhando para deixar um legado depois de sua partida?   

3. Você acredita em ideologias ou realmente tem um plano concreto de ação? Porque não basta ter o discurso pronto e não agir! 

4. Como está criando seu filho e qual a qualidade do tempo que tem com ele? Quais exemplos você está passando com suas ações?  

Você não precisa ser Coco, nem Joana, nem Chiquinha, nem Terezinha.  Você pode ser o que quiser, pois tudo depende de você, de suas escolhas e suas atitudes. Fica aqui o meu convite: Seja o melhor que puder ser no caminho que escolheu. 

Porque nessa vida não há saída, há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Eu respeito a sua escolha, mas ESCOLHI PERTENCER AO SEGUNDO GRUPO. 

Com amor, Grazi. 

Artigo escrito por Graziele Rossato, CEO & Founder Viaflow e Head de Tecnologia ANEFAC 

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