Novidades
Previous
Next

Andrea de Almeida, do Santander, Gustavo Couto, da Vamos, e Vania Borgerth, board member, são os profissionais do ano ANEFAC

37º Prêmio ANEFAC Profissional do Ano escolhe os executivos que se destacaram no exercício da sua profissão. 

Há quase quatro décadas, o Prêmio ANEFAC Profissional do Ano escolhe anualmente os melhores executivos das áreas de Finanças, Administração e Contabilidade, levando em conta sua participação, dedicação e liderança profissional. Não à toa, se firmou como uma das mais consolidadas e importantes premiações profissionais, sendo respeitada, aclamada e motivo de orgulho aos escolhidos.  

Com o tema, “Líderes do presente que inspiram o futuro”, em 2022, os ganhadores são em Finanças: Andrea Marques de Almeida, vice-presidente de Finanças e Estratégia do Santander Brasil; em Administração: Gustavo Couto, CEO do Grupo Vamos; em Contabilidade: Vania Borgerth, board member.  

“Estou muito feliz pelo reconhecimento. Na verdade, tenho que dividir este prêmio com todos os profissionais brilhantes que me acompanharam e me apoiaram ao longo da minha carreira. Sempre batalhei para ser uma pessoa realizada profissionalmente, mas não tinha a percepção que poderia chegar tão longe. Fico feliz que isto possa servir como exemplo para todos que estão buscando se desenvolver. É possível crescer profissionalmente com esforço pessoal, uma pitada de sorte e certamente sempre fazendo o que é certo”, diz Andrea.  

“Estou muito feliz em receber este prêmio que, somado com o Troféu Transparência, é a segunda vez em um curto espaço de tempo que a Vamos é reconhecida. Nas duas premiações competimos com ótimas organizações e profissionais e nos dá muito orgulho esse reconhecimento vindo de uma instituição com tanto prestígio como a ANEFAC. Acredito que seja reflexo da gestão que estamos implementando e da nossa busca constante por agregar valor aos serviços oferecidos, pelo empenho em implementar boas práticas de governança e transparência e pelo respeito aos nossos clientes, fornecedores e investidores.  Esse reconhecimento é da Vamos e começou com o trabalho duro de cada um dos nossos colaboradores, que conquistaram o respeito e a confiança dessa instituição que considero muito séria e relevante”, explica Gustavo. 

“Me sinto extremamente honrada e desafiada a merecer a confiança dos meus colegas de profissão. A área contábil no Brasil é formada por profissionais extremamente competentes e dedicados. Todos merecedores de reconhecimento pelo seu talento e contribuição para a transparência dos mercados e continuidade dos negócios.  Receber um prêmio como este representa a missão de representar a todos eles”, reflete Vania. 

A escolha dos premiados é feita pelo Comitê do Prêmio após análise das indicações feitas pelos associados. O Comitê seleciona os profissionais que apresentam maior aderência ao perfil de cada categoria. São executivos admirados pelos demais, com realizações significativas e múltiplos talentos e adjetivos, que tenham participado com destaque em situações que proporcionaram impactos relevantes no rumo dos negócios da empresa em que atuam.  

Andrea acredita que sua trajetória até aqui é interessante, pois muitos profissionais saem de bancos e vão para empresas. Ela fez o caminho inverso. Ficou muitos anos numa grande empresa e cresceu com ela. Depois teve a coragem de mudar de negócio e se sentar numa das cadeiras mais desafiadoras do Brasil, que é a de CFO da Petrobras. Aprendeu muito, viveu emoções intensas lá, saiu pela porta da frente quando achou que era a hora de mudar de novo. Recebeu o convite de ir para o Santander, mais uma mudança completa na sua vida, um novo negócio em uma nova cidade, complementando seu crescimento profissional em finanças. “Acredito que tive coragem de mudar e começar de novo em novos negócios e mercados e a vontade de sempre aprender e contribuir para o crescimento e transformação das empresas por onde passei”, relata. 

Já para Gustavo o fato de atuarem em um modelo de negócio inovador, contribuindo para melhorar a performance e aumentar a rentabilidade dos seus clientes por meio de uma economia nos custos totais de frota e também da capacidade operacional está entre os motivos de estar sendo premiado. “Nossa estratégia é pautada em criar alternativas sustentáveis para a renovação da frota brasileira, trazendo para o país a tendência da locação, muito incentivada nos EUA e Europa. Outro fator importante foi a abertura de capital da Vamos por meio do seu IPO, em janeiro de 2021. Nos primeiros nove meses, a receita cresceu 85% e o lucro líquido quase 130%. Com isso, a empresa antecipou o plano de follow on. No mesmo ano de seu IPO foi realizada uma oferta de novas ações”, ressalta. 

Vania se diz ainda chocada pela notícia de ganhadora do prêmio da ANEFAC, mas espera que a sua paixão pela profissão tenha sido a principal razão pela escolha. “Não trocaria a contabilidade por nenhuma outra atividade no mundo. Acredito na necessidade de mercados transparentes como remédio para o mal que a assimetria de informação pode trazer. Luto para que a contabilidade e a sustentabilidade sejam os pilares desta transparência”, avalia. 

O evento é uma premiação marcante, tanto para a associação quanto para os profissionais escolhidos. O prêmio ainda estimula o aumento de uma concorrência saudável entre as empresas. Em 37 anos, quase 100 executivos já foram premiados, o que mostra o esforço de continuidade que resultou em um prêmio tradicional criado pela ANEFAC.  

Como se tornar um líder que inspira o futuro? 

Entre os desafios do mercado atualmente, Andrea cita que todos os profissionais devem ser flexíveis e adaptáveis aos possíveis cenários que estão por vir. Além de serem capazes de motivar os times em momentos de crise e extrair deles o melhor, bem como ter agilidade para reagir rápido ao que está acontecendo. Para ela, hoje em dia, é fundamental estar preparado para treinar as pessoas à distância diante do novo mundo, onde o trabalho remoto passou a ser a realidade. “Preparar as empresas para suportar a volatilidade que os cenários disruptivos vão trazer é necessário e apoiar a estratégia desenvolvendo cenários possíveis com planos de ação para estes cenários são fundamentais”, alerta.    

Enquanto, Gustavo entende que a capacidade de se adaptar a novas realidades diferentes da que já vivemos, onde as empresas precisam se perpetuar em ambientes mais adversos, buscando redução de custo, com eficiência no uso de capital, ganho de produtividade e valorização das pessoas são os desafios do mercado de agora. “É imprescindível manter o cliente e as atividades principais no centro das atenções, reservando tempo e recursos para focar no negócio”, completa. 

Segundo Vania, o maior veneno é a incerteza. “O mercado sabe lidar com perdas tanto quanto sabe lidar com sucessos, o que ele não consegue lidar é com a dúvida sobre qual o tamanho da perda ou qual a melhor alternativa para a aplicação do ganho. Seja no modelo híbrido, presencial ou remoto, a função do contador é garantir que a informação confiável seja disponibilizada, proporcionando um terreno robusto para que o usuário possa tomar decisões”, pontua.   

Já com relação as skills necessárias para os líderes de hoje, de amanhã e do futuro, Andrea pontua que a liderança participativa é a mais adequada. E este estilo, segundo ela, se caracteriza por: 

  • Escuta ativa – quando conseguimos trazer as pessoas para construir junto o resultado e muito melhor. Isto vale para o time, para investidores, e demais stakeholders da empresa; 
  • Proatividade – antecipar os cenários que podem acontecer e se preparar com planos concretos para eles; 
  • Capacidade de trabalhar em equipe – um time unido e capaz de construir mais, com maior engajamento. Além de que ideias diferentes e perfis diferentes colaboram para que o leque de soluções seja mais amplo; 
  • Entendimento de que suas ideias não serão sempre aceitas, fortalecendo o vínculo entre as pessoas, sejam pares ou o próprio time; 
  • Orientação para colaborar com a empresa, a área e todos os stakeholders
  • Coragem – para transformar a empresa. 

O mercado em geral está muito atento às questões relacionadas à produtividade, eficiência, tecnologia e ao uso consciente de recursos. Gustavo sempre acreditou que as empresas devem atuar de forma responsável para garantir a renovação dos ciclos ao longo dos anos de forma sustentável e, para isso, os profissionais que têm atitude de dono farão a diferença neste ambiente de negócios. “Essas tendências vão continuar. Aqueles que conseguirem reunir essas competências e conhecimentos saem na frente, se tornando mais importantes para as empresas, uma vez que têm capacidade para atender às atuais e cada vez mais presentes exigências e demandas do mercado”, avalia. 

Andrea, Vania e Gustavo listaram os principais pontos que acreditam ser os diferenciais necessários aos profissionais do futuro:  

  • Negociação assertiva; 
  • Flexibilidade cognitiva; 
  • Inteligência emocional; 
  • Nunca abrir mão de ser ético; 
  • Nunca achar que já aprendeu o bastante; 
  • Não ter medo do que é novo; 
  • Não ver a tecnologia como inimigo, mas como uma ferramenta; 
  • Pensar de forma integrada (sustentabilidade + contábil). 

Raio X 

Andrea Marques de Almeida, vice-presidente de Finanças e Estratégia do Santander Brasil 

Brasileira, mãe do Caio de 22 anos, filha de pais portugueses, que chegaram ao Brasil há mais de 60 anos, engenheira de produção, apaixonada pelo mundo de exatas, adora praia, viajar e conhecer novos lugares. 

Começou sua carreira como engenheira de produção, na fábrica de tênis da Redley. Logo depois ingressou na Vale como trainee, onde se desenvolveu e aprendeu muito do mundo de finanças. Passou por todas as áreas do departamento financeiro no período de trainee e depois trabalhou nas áreas de mesa de operações e captação. 

Em 2004, quando a área de gestão de riscos foi criada, se juntou ao time de mais duas pessoas e estruturam a área do zero. Ali começou como gerente de riscos de mercado e depois de dois anos assumiu a gerência geral, responsável também pela América Latina.  Em 2011, se tornava diretora da área e se mudava para a Suíça.  

Quando estava se sentindo muito confortável na cadeira, em 2014, pediu mais desafios ao seu líder, que era o CFO da Vale naquele momento. Em 2015, surgiu a vaga de CFO de Metais Básicos no Canadá e se candidatou, sendo escolhida. Em 2015, se mudou para Toronto. Esse momento ela considera que foi ao mesmo tempo um grande desafio e uma enorme oportunidade de desenvolvimento, pois era a primeira cadeira de CFO com uma amplitude maior e liderando um negócio que por si só já era global. A área de Metais Básicos da Vale tinha operações no Canadá, Brasil, Nova Caledônia e Indonésia. Já em 2018, voltou ao Brasil como Tesoureira global da Vale e ficou até março de 2019.  

Naquele momento, ela realmente acreditava que iria terminar sua carreira na Vale, mas em março de 2019 recebeu o convite para ser a CFO da Petrobras. Pensou muito, por que é muito difícil deixar uma empresa como a Vale, mas realmente acreditava que poderia ajudar mais a Petrobras, que precisava de uma grande transformação, do que a Vale que já estava super arrumada na área financeira.  

Decidiu ir e se juntou a um grande time que fez transformações e operações de destaque na empresa. Dentre elas: proposta e aprovação da nova política de dividendos da empresa, implementação do novo modelo de gestão, como a utilização do EVA (Economic Value Added) como o principal driver; operações de follow on para a Caixa Econômica e BNDES para a venda das ações da Petrobras, que estavam em sua posse; privatização da BR Distribuidora através de uma operação de follow on no mercado de capitais; aprovação em conjunto com a Petros de um plano de equacionamento de um déficit de mais de R$ 30 bilhões e novo plano de pensão de contribuição definida; redução do endividamento bruto da empresa de mais de US$ 40 bilhões, dentre outros. 

Após dois anos de trabalho na Petrobras, quando estava havendo a troca do presidente da empresa, decidiu sair. Mais uma decisão difícil, mas ela acredita que foi importante naquele momento. Quando estava em processo de se desligar, recebeu o convite para se juntar à liderança do Santander ocupando a vice-presidência de Finanças e Estratégia. E, desde então, está no banco, com grandes desafios de aprender um pouco mais sobre a indústria financeira e como apoiar o banco nos desafios futuros. Mais uma vez cheia de energia com a mudança e a capacidade de aprender ainda mais. 

Gustavo Couto, CEO do Grupo Vamos 

Tem 46 anos, é formado em engenharia civil, pós-graduado em marketing com MBA em gestão de negócios e sempre atuou com logística.  

Começou sua carreira na Shell atendendo os transportadores de carga. Em 2006, foi para a Suzano e, dois anos depois, assumiu como diretor de Supply Chain e TI na companhia. Passou também pelos setores de siderurgia e operações antes de ir para a BR Distribuidora, onde era diretor executivo antes de aceitar o cargo de CEO da Vamos em 2019. 

Vania Borgerth, board member 

Casada há 34 anos com um dos maiores dubladores brasileiros: Eduardo Borgerth (voz do Bruce Willis & do Visão no Avengers) e mãe de quatro filhos. 

É contadora de formação, com mestrado em administração pelo IBMEC e doutoranda em contabilidade e administração pela FUCAPE.  Possui certificação em Conselhos de Administração (IBGC), IFRS (ACCA) e MBA em Finanças (IBMEC) e em IFRS (Fipecafi). 

No Brasil, trabalhou por 28 anos no BNDES, exercendo várias funções executivas como gerente de Relação com Investidores, contadora-chefe, assessora do presidente e superintendente de controladoria. Foi responsável pela implantação do IFRS no banco, época em que começou a participar dos fóruns internacionais ligados à transparência corporativa.  

É coordenadora da CBARI (Comissão de Acompanhamento do Relato Integrado) desde 2012, além de membro do GT do Conselho Federal de Contabilidade responsável pela elaboração da OCPC no. 09/ Res. 14 da CVM e professora dos cursos de pós-graduação da FUCAPE, FGV, Ibmec, Sebrae, Fipecafi e UFRJ. Foi vice-presidente do IBRI e membro da diretoria IFRS da ANEFAC. 

No exterior, participa e participou como membro do ISAR (International Standards for Accounting and Reporting) da ONU/UNCTAD – delegação brasileira (2007 a 2013) sendo chefe da delegação (2013-2020) -; do Consultative Group (2020 em diante); do IFRS Foundation – Advisory Group (2015-2020) -; do IAASB (International Auditing and Assurance Standards Board) – Consultative and Advisory Group (2010-2020) -; do IESBA (International Ethics for Accountants) – Consultative and Advisory Group (2013-2020) – e board membro (2021); do IIRC (International Integrated Reporting Council) como council member, representando o BNDES (2015-2020) e o IBGC (2020); do IR Framework Board como board member (2021); e do Shift Project, como board member (2018).

 

A cerimônia de premiação acontecerá no Congresso ANEFAC, que regressa com força total para a sua 24ª edição. Sob o tema “De volta para o futuro”, em 2022, será realizado presencialmente de 19 a 22 de maio, no Portobello Resort & Safári em Mangaratiba, no Rio de Janeiro.  Saiba mais: https://www.anefac.org/congresso2022