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Além do hype: Insights e competências para gerar resultados efetivos 

Em 11 de novembro, em São Paulo, ocorreu o primeiro Fórum de Tecnologia da ANEFAC, com o tema “IA Além do Hype: Insights e Competências para Gerar Resultados Efetivos”. O evento contou com a participação de especialistas como Alexandre Del Rey, Gil Giardelli, Alexandro Romeira, Graziele Rossato, Thammy I. Marcato, Gustavo De Martini e Cláudio Soldeira. 

Ao fazer a abertura, Almir Souza, coordenador do Procede da FIA, ressaltou que a colaboração entre os setores é fundamental para fomentar inovações que atendam às demandas do mercado atual. Boli Rosales, COO da ANEFAC, complementou afirmando que as rápidas mudanças no mundo exigem que os profissionais estejam constantemente se atualizando e se adaptando. “A conexão com instituições educacionais é um passo importante para garantir que todos estejam preparados para os desafios futuros”, destacou. 

A tecnologia está evoluindo rapidamente e, como líderes e executivos, Graziella Rossato, Head de Tecnologia da ANEFAC, avaliou que devemos estar prontos para aproveitar essa era digital de forma estratégica. “É importante lembrar que a inteligência artificial não é apenas uma moda passageira. Ela se apresenta como uma poderosa ferramenta que pode nos ajudar a otimizar processos, melhorar a tomada de decisões e, essencialmente, oferecer um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. Contudo, precisamos ir além do entusiasmo; precisamos entender como aplicá-la de modo eficaz”, afirmou. 

A discussão sobre inteligência artificial girou em torno de conceitos de governança de dados, integridade e ética. Um dos pontos abordados foi o fenômeno conhecido como “alucinação” – quando a IA gera respostas incorretas ou enganosas. Uma governança adequada e sólida foi identificada como uma necessidade essencial para mitigar os riscos associados e garantir que os dados utilizados sejam tratados com responsabilidade. 

Alexandre Del Rey, diretor da ANEFAC, pontuou que a inteligência artificial é uma ferramenta poderosa, mas que devemos ser críticos e conscientes em sua aplicação. “Ela é mais do que uma simples tendência — é uma revolução em curso que demanda atenção, adaptação e uma abordagem estratégica. É fundamental que continuemos a discutir e a explorar como a inteligência artificial pode, de fato, melhorar nossas operações e agregar valor a nossos negócios. A jornada é coletiva, e a comunicação é a chave nessa empreitada”, disse. 

Alexandre Romeira, Head de Inteligência Artificial na Minsait, enfatizou que a governança é fundamental em todo o processo de inovação, pois traz limites e segurança. “Quando falamos em dados, dizemos que eles são um ativo, porque precisam ser cuidados e tratados. Caso contrário, eles se tornam um passivo, que pode resultar em multas, problemas legais e danos reputacionais. O dado alimenta a inteligência artificial, e a governança potencializa esse uso dentro das boas práticas”, afirmou. 

Cláudio Soldeira, diretor da ANEFAC, destacou a segurança de dados, alertando que a má utilização de informações não apenas gera riscos legais, mas também pode prejudicar a reputação das empresas permanentemente. “Um dado mal tratado se transforma em um passivo que pode ter um custo muito alto para a organização. Portanto, cuidar dos dados não é apenas uma questão de gestão, mas sim uma questão de ética e responsabilidade”, ressaltou. 

Graziele Rossato reforçou a importância da governança de dados e da ética no uso da tecnologia. “A inteligência artificial traz consigo oportunidades, mas também desafios significativos que precisamos enfrentar. A integração de uma governança sólida e práticas éticas se torna fundamental para garantir que possamos utilizar os dados de forma responsável e inovadora. Como líder de tecnologia, estou empolgada com a capacidade que a IA tem de potencializar os negócios, mas também sei que, para essa transformação acontecer, é essencial que todos nós tenhamos uma mentalidade aberta e inovadora. A educação contínua e o aprendizado colaborativo devem ser parte integrante de nossa jornada”, destacou. 

Gustavo De Martini, um dos painelistas, ressaltou que a inteligência artificial deve ser vista como uma tecnologia madura, mas que seu sucesso depende de um planejamento estratégico robusto e bem definido. “O segredo da eficiência da inteligência artificial não está apenas nos algoritmos, mas sim na qualidade e na clareza dos dados que direcionam essas tecnologias. É crucial ter um entendimento preciso sobre os objetivos antes de se implementar qualquer projeto”, enfatizou. 

A discussão também permeou a importância da cultura organizacional, onde os especialistas concordaram que a resistência à mudança se apresenta como um dos principais obstáculos à adoção de novas tecnologias. O medo do desconhecido é comum entre os profissionais, mas a desmistificação da IA, aliada a projetos pr áticos que demonstrem seu valor real, pode ajudar a superar esse desafio. Dentro das organizações, a cultura deve evoluir junto com as tecnologias — essa adaptação não é apenas desejável, mas uma necessidade urgente. 

Os painelistas enfatizaram que a inteligência artificial não deve ser encarada apenas como uma solução técnica, mas como uma oportunidade de transformar a forma como as empresas operam. Romero destacou que “a verdadeira inovação ocorre quando as organizações permitem que a tecnologia opere como uma extensão das capacidades humanas, em vez de temê-la como uma ameaça”.  

A busca pela inovação deve ser integrada com a governança adequada dos dados, criando um ciclo de aprendizado que evolui continuamente. O conceito de responsividade organizacional se tornou central nas discussões, demonstrando que a capacidade de adaptação e a vontade de aprender são fundamentais em um cenário de constantes mudanças. 

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