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Como as marcas podem se posicionar e trazer novos negócios no segmento de games, metaverso e NFT’s? 

O metaverso não é somente virtual, são experiências sensoriais que provocam sensações e memórias reais, da comunidade para a comunidade. A marca não ‘entra’ no metaverso, ela traz novas experiências que sejam relevantes para o usuário, ampliando o seu ecossistema e gerando valor naquela moeda.  

São infinitas as oportunidades que os games podem trazer para sua estratégia de negócios, como por exemplo, as novas modalidades de fontes de renda que criam experiências de pagamento em jogos. Desde o play to earn, que quanto mais você joga, mais recompensas em moedas você terá acesso, passando para a modalidade move to earn, quanto mais você se movimenta mais será recompensado e, por fim, a creator economy, onde ocorre a inversão da lógica do ecossistema de criadores. 

É necessário manter o jogador envolvido, mudar a sua realidade, criar essa experiência de interruptibilidade, envolvendo o público digital e gerar fidelidade.  

Para as empresas, é mais uma oportunidade de inserir seus produtos, ampliando sua estratégia multiplataforma, não basta estar no social commerce, é preciso criar desejo em todos os pontos de contato da marca com o cliente, desde lançando um produto no mundo virtual que combine com algum produto do mundo físico, assim o usuário irá consumir nos dois mundos.  

Mas de qual maneira as marcas podem se posicionar e trazer novos negócios no segmento de games, metaverso e NFT’s? 

1 – Existe um perfil dos compradores de NFTs? Qual é esse perfil? 

Gosto de fazer um paralelo com o mundo real baseado nos gatilhos mentais, quando você compra uma entrada VIP para algum evento, na verdade compra acesso, pertencimento, escassez. Você quer estar lá para gerar negócios, ser visto e ser lembrado. Vale a mesma dinâmica no mundo virtual: quem compra uma NFT supervaliosa, na verdade compra acesso vitalício a algum lugar.  

Como a famosa Bored Ape, que é um exemplo perfeito de estratégia de marketing, baseado na gestão de comunidade através do que a Web3 se propõe a ser: uma experiência completa, somente para membros, que vai de festas a acesso a celebridades, que só vai ter acesso a evento quem tiver essa moeda.  

2 – Por que o público de jogadores de games baseados em blockchains e NFTs é visto como um público potencial para as marcas? 

Os games engajam os consumidores em múltiplas plataformas. O metaverso no mundo dos games já existe há muito tempo, a Roblox surgiu em 2006, a Decentraland’s em 2015, trata-se de um ecossistema que já está muito avançado. Um criador cria seus ativos, pode ser NFT, mas uma série de outros produtos e serviços, inclusive um avatar, a remuneração passa a vir da comunidade “descentralizada”, o poder de remuneração não está mais centralizado nas grandes plataformas de mídias sociais, mas sim na mão do usuário,  

Especificamente em 2022, o público global de esports crescerá +8,7%, atingindo 532 milhões, a crescente sobre ativos digitais e NFTs aumentará o investimento e o interesse dos fãs em adquirir itens de esports no jogo, sendo assim jogar para ganhar se torna um modelo de negócios. Co-Streaming se tornará uma estratégia de marketing comum para marcas.  

3 – O mercado de gamificação tem sido mais procurado por marcas “tradicionais”? 

A barreira de entrada é a escassez do desenvolvimento e de pessoas capacitadas, falta ainda a democratização do acesso, há um grande caminho a percorrer. Por enquanto, a criação dessas experiências tem sido criada por grandes grupos globais, com consumidores no mundo todo. Quando uma empresa me procura querendo saber “como faço para entrar no metaverso”? Na verdade existem vários metaversos, é preciso avaliar todo o mercado e principalmente o perfil do seu consumidor, para aí sim criar um projeto especial para esse canal.  

As empresas estão criando seus próprios metaversos e criptos. O futuro é a intersecção dos mundos de criptos, games e metaverso, promovendo tecnologia integrativa para conectar as comunidades em sistemas descentralizados e integrados. 

4 – Como as marcas podem atuar nesse segmento? 

Volto a comparar os dois mundos virtuais e o físico, o segredo de uma marca é criar experiências memoráveis para serem compartilhadas, vale o mesmo no mundo virtual.  

As estratégias de descentralização e cocriação pautam a evolução da relação entre marcas e consumidores na nova fase da internet. São infinitas as possibilidades de interação que você pode adotar em sua estratégia como recompense os usuários por suas contribuições, o usuário quer se sentir valorizado, abrace a cultura colaborativa e incentive o conteúdo gerado pelo usuário.  

5 – Como você vê o futuro do mercado de gamificação? 

De uma maneira extremamente positiva e exponencial para a sociedade, principalmente para ser utilizado na democratização da educação, grandes redes de ensino já estão adaptando o ensino para conseguir manter a atenção do aluno através dessa tecnologia.  

Adicionalmente também é possível ferramenta para ser incorporada no futuro do trabalho, já que estamos vivendo uma cultura híbrida, algumas empresas já estão testando reuniões e até convenções de vendas no metaverso, sempre com o objetivo de criar novas experiências e ser disruptivo. 

Somente o mercado de games e esports engajam bilhões de fãs, de acordo com a pesquisa da Newzoo, somente o mercado Latam tem mais de 280 milhões fãs, porém esse número representa apenas 10% do mercado total, isso demonstra o tamanho do mercado potencial. Somente no ano passado, o mercado de esports faturou mais de U$ 1 bilhão, esse valor veio de diversas captações como patrocínio, venda de produtos e direitos de transmissão.  

6 – Qual você acha que é a tendência atual do mercado cripto? 

A empresa do futuro venderá acessos, a possibilidade de pagamentos em criptos, oferece as marcas acesso direto ao público e pode ser uma ferramenta poderosa de marketing. Algumas marcas já estão aceitando criptos como opções de pagamento, estamos construindo a história dos próximos 100 anos, se uma marca cria uma NFT que oferece benefícios exclusivos, essa transação de pagamentos ocorre em cripto. Do mesmo jeito que ocorreu a tendência do social commerce, estamos vivendo a tendência do cripto commerce, a cripto é um meio de fazer negócios e não somente um investimento, oferecer pagamento em cripto é uma estratégia que as marcas usam para se aproximar das gerações mais jovens e se posicionar como modernas e digitais, existe um oceano azul para navegar.  

Artigo escrito por Vanessa Donnianni Aguirra, especialista em marketing e palestrante, CEO da Multifaces Comunicação e sócia da Finca Propia.  

Vanessa Donnianni Aguirra, CEO da Multifaces Comunicação
Vanessa Donnianni Aguirra, CEO da Multifaces Comunicação

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