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Maximização do capital humano: a simbiose entre finanças e gestão de pessoas 

A relação entre finanças e gestão de pessoas é fundamental para o sucesso de uma organização. Embora sejam áreas distintas, elas compartilham várias semelhanças e devem ser abordadas de maneira integrada, a fim de otimizar os resultados. Afinal, são as pessoas que lidam com as atividades financeiras diárias, tomam decisões estratégicas e impulsionam o crescimento e o desempenho financeiro de toda a companhia. 

Para entendermos como esses dois setores estão intrinsecamente ligados no contexto histórico organizacional, vamos voltar algumas décadas no tempo. No início da era industrial, os trabalhadores tinham pouca capacidade de influenciar suas condições de trabalho, pois os empregadores priorizavam o lucro da empresa acima de tudo, considerando os gastos com pessoal como meras despesas, e não como investimento. No entanto, com a institucionalização de sindicatos e a implementação de leis trabalhistas, os colaboradores começaram a obter seus direitos, e as empresas, que antes compartilhavam da mentalidade do antigo patrão da fábrica, passaram a administrar melhor o fator humano e, acima de tudo, a valorizar seus funcionários. 

Com o decorrer dos anos, já com um avanço nesse cenário, a gestão de pessoas se tornou um diferencial nas companhias, que passaram a investir em seus colaboradores, reduzindo aspectos negativos como a rotatividade e o esgotamento profissional. Assim, os recursos humanos dentro da organização se tornaram aliados dos recursos financeiros, trabalhando em conjunto para transformar o cenário empresarial. Dessa forma, atualmente, tornou-se imprescindível que os diretores financeiros, cargo mais alto na hierarquia do departamento, possuam habilidades que contemplem e atendam a esse novo cenário. 

A atuação do CFO (Chief Financial Officer) assumiu um posto muito mais abrangente. Um estudo realizado pela IBM ressaltou que os CFOs, enquanto “guardiões da estabilidade”, devem liderar os movimentos de transformação, pessoal, cultural e digital nas organizações. Esse raciocínio é totalmente coerente, uma vez que eles possuem um amplo domínio dos dados financeiros do negócio e, portanto, devem orientar a organização em diversas direções, tais como: 

Estabelecer KPIs financeiros adequados para medir os processos de inovação e transformação digital, permitindo uma avaliação precisa do progresso nessas áreas. 

Garantir que esses movimentos estejam alinhados com a realidade financeira da empresa, considerando seu contexto econômico e o potencial de investimentos disponíveis. 

Trabalhar na cultura das equipes, buscando uma atuação mais estratégica em todos os níveis. Isso envolve promover uma mentalidade orientada para resultados, incentivar a colaboração entre as áreas e estimular a inovação. 

Desenvolver habilidades que permitam ao CFO transitar entre diferentes áreas do negócio. Essa capacidade de compreender e interagir com diferentes setores da empresa amplia sua perspectiva e contribui para decisões estratégicas mais fundamentadas. 

Dominar aspectos da comunicação financeira, uma vez que ela é crucial para transmitir informações e insights financeiros de forma clara e concisa a várias partes interessadas. 

Saber usar as redes sociais e os websites institucionais e de relações com investidores para se comunicar de maneira estratégica e assertiva com seus stakeholders. 

Com tudo o que vimos até aqui, podemos concluir que não há dúvidas de que as responsabilidades dos CFOs têm um escopo muito mais amplo atualmente. Sua atuação vai além das responsabilidades financeiras tradicionais, envolvendo a liderança na transformação digital, a promoção da cultura organizacional e o apoio a decisões estratégicas em todas as áreas do negócio. O CFO desempenha um papel central na condução das empresas rumo ao sucesso em um ambiente de constante mudança, evolução tecnológica e onde agora o colaborador ocupa uma posição de destaque. 

Artigo escrito por Cássio Rufino, CFO & COO da MZ 

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